A comunidade Frei Damião, situada no município de Palhoça (SC), vizinha aos bairros do Brejarú e Pedra Branca, é contemplada com curso de Especialização em Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) pelo Programa Periferia-Viva.
O curso de Residência em Arquitetura e Urbanismo, organizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com apoio do Ministério das Cidades, tem enfoque nas demandas sociais relativas ao direito à habitação e à cidade dentro do bairro, aproximando a Universidade da comunidade.
Com coordenação do professor da UFSC, Samuel Steiner dos Santos, o grupo de 25 residentes busca implementar junto aos beneficiados soluções voltadas à qualificação das moradias associadas, à regularização fundiária, à provisão de infraestruturas, aos equipamentos coletivos e espaços livres que tragam melhorias para o lugar de vida das populações de baixa renda, gerando oportunidades de emprego, renda e emancipação comunitária.
“É um conjunto de ações que estão sendo desenvolvidas, todas com um impacto bastante representativo no cotidiano da comunidade. Como o projeto se efetiva na prática, o nosso convênio com o Ministério das Cidades prevê uma extensão de dois anos de convênio, que vai possibilitar a disponibilização de dois ciclos de formação de Residência, um em 2024 e outro em 2025”, aponta Steiner.
A Residência trabalha nas frentes de intervenções, habitação, comunicação, posto territorial e equipamento, desenvolvendo um censo demográfico, análise da situação habitacional da comunidade e proposta de endereçamento das ruas a ser aprovada na Câmara de Vereadores. O professor aponta a expectativa de, para o ano que vem, desenvolver propostas de financiamento para moradias, qualificação e para construção de novas moradias.
“Temos um número bastante representativo de ruas da comunidade, que até pouco tempo atrás não tinha ainda a regularização, nomeação oficial, não tinha numeração das casas. Esse é um trabalho, foi feito em um comitê, do desenvolvimento de propostas para isso”, afirma o coordenador da Residência.
O bairro de 12 mil habitantes tem recebido investimentos e melhorias nos últimos anos, mas segue com baixos indicadores de acesso à renda, educação, saúde, bem como alta proporção de famílias caracterizadas como de pobreza e extrema pobreza. É também marcante a dificuldade de acesso à moradia adequada, à infraestrutura urbana básica, aos serviços e equipamentos comunitários públicos.
O presidente da Associação de Moradores Frei Damião, Vladimir Borges Ribeiro, destaca que “não há saneamento e que o acesso à água é bem precário, assim como a energia, feitas por ligações clandestinas por conta da regularização fundiária”.
“Um sonho para a comunidade, enquanto associação, é prezar pela qualidade de vida dos moradores com uma infraestrutura para uma área carente, com um trabalho abrangente para toda a comunidade, com a regularização fundiária consolidada, água de qualidade para que todo mundo possa usufruir coletivamente em todas as áreas”, conclui Ribeiro.
Conheça mais do projeto em www.athis.ufsc.br e www.instagram.com/athisufsc.
Foto 1: Leandro Vaz
Fotos 2 e 3: Arthur Hugo da Rosa