Em um setor historicamente masculino, mulheres vêm erguendo paredes e um futuro mais igualitário. Desde 2006, o Instituto Mulher em Construção, fundado no Rio Grande do Sul por Bia Kern, tem sido protagonista na capacitação de mulheres para atuar na construção civil. Com a presidência do Conselho Consultivo sob liderança de Luiza Helena Trajano, a instituição busca promover autonomia, cidadania e geração de renda.

Com base em dados da Pnad Contínua de 2023, o instituto reforça o tamanho da desigualdade de gênero no Brasil, que ocupa a 89ª posição no Índice Mundial de Desenvolvimento e Igualdade de Gênero. Embora 50% das famílias brasileiras sejam chefiadas por mulheres, apenas 10% delas atuam na construção civil, setor que representa 7% do PIB nacional. A diferença salarial entre homens e mulheres chega a 30% e a taxa de desemprego entre mulheres negras alcança 12,5%.

Desenvolvido em mais de 40 cidades no Rio Grande do Sul e em São Paulo, o trabalho de formação garantiu entre os anos de 2022 e 2023, que 83% das participantes dos cursos realizassem reformas ou pequenos reparos em suas próprias casas. Além disso, 41% das 6,5 mil mulheres que participaram dos cursos, buscaram formações complementares e 24% conseguiram emprego formal. O resultado? Geração de renda com 16% ganhando mais de três salários mínimos e redução da dependência de programas sociais de 32% para 12% entre estas mulheres.

A efetivação acontece através de parcerias como o Selo Rosa e de oficinas como a Cimento e Batom, além de palestras sobre diversidade e inclusão, promovendo uma cultura organizacional mais igualitária, amparada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, especialmente os de combater a pobreza por meio da capacitação profissional, promover educação de qualidade, garantir a igualdade de gênero, incentivar o trabalho decente e reduzir desigualdades. 

Para saber mais acesse no Instagram @mulheremconstrucao_oficial e na web mulheremconstrucao.org.br


Fotos: Instituto Mulher em Construção