Este trabalho de requalificação de elevação exterior residencial, por meio do programa ATHIS, visa a reforma da fachada principal da residência. Tem por finalidade transformar a casa por meio da pintura com cores e texturas aplicadas,  com custo de obra baixo, tornando acessível para todos. A proposta considera seus aspectos culturais dentro do discurso do cenário urbano, contribuindo com o programa habitacional regional e estimulando o fortalecimento da identidade social de seus usuários, além de ativar a visibilidade social dos que constroem a cidade através da autogestão.

O local da intervenção está situado na região leste metropolitana do Rio de Janeiro, no município de Itaboraí, na zona urbana. No bairro da referida residência, Joaquim de Oliveira, não há infraestrutura de esgotamento sanitário, água potável e pavimentação de vias urbanas.

Os residentes, Mariana Crespo, 31 anos, estudante e desempregada, David Bernardo, 29 anos, ajudante de carga e descarga, assalariado, casados há pouco mais de 2 anos, estão inseridos no contexto territorial de atendimento da ATHIS. Iniciaram a construção em autogestão (pedreiro e ajudante, sem responsável técnico) de sua residência em fração de lote cedido por parentes.

O projeto tende a contribuir com a autoestima, o sentimento de pertencimento, a valorização do imóvel e do local e contribui para a saúde física e mental dos moradores. Além de colaborar para a diminuição da criminalidade e violência na região, que vem crescendo em moradias do mesmo tipo de aquisição (construção por autogestão).

Materiais de acabamento de paredes, pisos e coberturas, a cor do edifício, são itens com muita relevância para uma edificação que colabore com todos os fatores mencionados no parágrafo acima. Contribuem, também, com o desempenho térmico, conforto dos usuários e o custo da obra. O desafio foi aplicar técnicas projetuais possíveis para a fachada principal de um residência de 111,52m², distribuídos em dois pavimentos. Esta inserida em fração de lote com dimensões 8x12m e executada pela mão de obra local, pouco qualificada. Tendo como principal conceito de briefing a releitura da arquitetura clássica, com elementos aplicados de EVA autocolante in loco. E, também, a arquitetura “regional” com sua telha cerâmica aparente sem pintura.