Ecoa Guarani

Onde:

Lomba do Pinheiro - Porto Alegre | RS

Quem faz:

Yapó Arquitetura e Engenharia Consciente

Ano:

2020

O projeto Ecoa Guarani é um Centro de Vivências  que visa a integração entre indígenas e não indígenas que está localizado na Aldeia Mbya Guarani no bairro Lomba do Pinheiro na cidade de Porto Alegre. A abertura do espaço para não indígenas foi um desejo da Aldeia de receber visitantes e compartilhar com eles o conhecimento e a cultura Guarani.

O desejo por um espaço coletivo começou a tomar materialidade em 2020, durante a pandemia, quando um grupo de fotógrafos realizou ações junto a Aldeia, produzindo imagens para que fossem vendidas e os recursos destinados para apoiar a comunidade. Durante a pandemia as aldeias indígenas, que vivem principalmente do artesanato, viram seus recursos, já escassos, desaparecerem, ocasionando uma grave crise de de segurança alimentar.

A partir das fotos os arquitetos do escritório Yapó – Arquitetura e Engenharia Consciente passaram a conhecer as demandas da aldeia e se engajaram voluntariamente para tentar atender o desejo por um espaço de vivências. O projeto proposto pela equipe de arquitetos contemplou uma estrutura de acolhimento com espaço para o preparo de almentos, seguido a cultura guarani, unidades sanitgárias e sanemaento ecológico.

O escritório, que tem uma tradição de trabalhos em bioconstrução, estruturou a proposta a partir de referências da arquitetura indígena, mas especificamente da etnia Mbya Guarani. Para chegar em uma proposta, o grupo realizou estudos prévios e muitas conversas com os integrantes da aldeia. Esses encontros iniciaram no contexto da pandemia, exigindo cuidados para preservar a comunidade.

Além das conversas a expressão dos desejos a partir do desenho, foi uma forma utilizada para captar as necessidades e as expectativas da aldeia com relação ao espaço. Foi deste conjunto de ações que nasceu o projeto arquitetônico que foi apresentado em uma roda de fogo, seguindo a cultura guarani.

As escolhas projetuais envolveram estrutura de madeira com a utilização de paredes de pau a pique como fechamento. Este técnica com terra faz parte da cultura indígena, oportunizando a participação da comunidade local na construção. O Centro de Vivências conta com um espaço interno livre de 96m², que será utilizado para rodas de conversa, danças, oficinas, encontros, exibição de filmes pertinentes, rodas de cura, etc. O espaço também conta com um mezanino, que será o espaço de pernoite para os(as) visitantes. Na área coberta aberta da construção está localizada a cozinha e o espaço de fogo de chão.

Para viabilizar economicamente a proposta o grupo vem realizando uma campanha constante. O projeto arquitetônico serviu de base para planejar a obra e identificar os investimentos necessários. Em janeiro de 2023, a campanha havia arrecadado parte de recursos. Pouco, diante do total que foi dimensionado para a execução do projeto. 

A execução do projeto iniciou pelos módulos sanitários para dar suporte ao processo de mutirão, estratégia adotada para a execução do projeto, e para as demais atividades que já ocorrem na aldeia. Para dar conta da execução, outros parceiros se somaram ao processo, como a ONG Engenheiros Sem Fronteiras, escritório Mãos Arquitetura e o Laboratório de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fica Técnica: