Arquitetura colaborativa: uma experiência bioconstrutiva na Comunidade Nobres
Categorias: Projeto
Tags:

Onde:

Comunidade dos Nobres, Viçosa, MG

Quem faz:

ARAUJO, João Mário Fabiano de; LOPES, Roberto de Almeida Goulart; SANTOS, Ericson Gonçalves dos; FIGUEIREDO, Faissandra Barbosa; SANT’ANA, Mabille Cindra; MOURA, Maynne de Sousa.

Ano:

2022

O Coletivo Formigas da Universidade Federal de Viçosa (UFV) promove projetos que visam inserir a comunidade em ações de intervenção urbana e através de metodologias do urbanismo colaborativo, fomentando o empoderamento da comunidade local na produção do espaço público. De encontro a isso, o projeto na Comunidade dos Nobres surgiu a partir da necessidade de construção de um espaço de vivência. Tal demanda foi percebida por uma mestranda que tinha a comunidade como objeto de estudo e foi levada ao coletivo.

Tendo como objetivos articular a comunidade contemplando a união e democratização do espaço, trocas de conhecimentos, além de incentivar o protagonismo local por meio de trabalhos coletivos. Além disso, um dos principais focos de tal intervenção é (re)incluir a bioconstrução nesse ambiente, visto que ela faz parte da memória local e que os recursos para tal são abundantes na região. Posto isto, os primeiros contatos coletivo-comunidade foram realizados aplicando-se metodologias participativas que envolvessem e integrassem ambos os grupos. Desse modo, o diagnóstico colaborativo foi produzido e os princípios norteadores das ideias definidas.

Após essa etapa, iniciou-se o processo de desenvolvimento do projeto arquitetônico através da confecção de uma maquete física interativa, que visava facilitar a compreensão do espaço a ser construído e apresentar o projeto de forma lúdica e participativa, ao abrir espaço para que a comunidade fizesse modificações na maquete e participasse das decisões projetuais. Na etapa seguinte, iniciou-se a construção do espaço multiuso através de mutirões realizados aos finais de semana e que envolveram os membros do coletivo, da comunidade e de voluntários. Assim, foi criado um cronograma para as ações, dividido de acordo com as etapas necessárias da bioconstrução: marcação e abertura das valas, fixação dos pilares e seu tratamento, fundação de hiperadobe, paredes de hiperadobe e paredes de pau-a-pique. Atualmente, o projeto encontra-se em estágio final com suas paredes erguidas e finalizadas tanto no âmbito externo e interno, entretanto alguns detalhes do acabamento interno, como a pintura, o piso e a parte elétrica estão em processo de aquisição.

Para avançar nas próximas etapas, o Coletivo realizou campanhas online para adquirir alguns itens que ainda faltavam na parte externa – portas e janelas – além disso, houve uma demanda para a criação de um projeto paisagístico de acordo com a necessidade dos moradores por produtos alimentícios. Dessa forma, esta ação promoveu uma integração entre os estudantes e a comunidade e entre seus membros, na medida em que o projeto encaminha-se aumentava o engajamento e as trocas interpessoais, embora o espaço ainda não tenha sofrido apropriação e tenha suas funções bem delimitadas, houve uma grande troca de conhecimentos para além da sala de aula.